Sete Livros
Segunda–feira
Prólogo / Jorge Louraço Figueira
“Segunda-feira: atenção à direita! estreou na Alemanha em fevereiro de 2016. Em outubro de 2015, os eleitores portugueses — a maioria deles — tinham rejeitado nas urnas o programa de austeridade levado a cabo pelo governo nos quatro anos anteriores. Esta peça não celebra essa exceção, apesar da coincidência temporal. Na Europa, a assimetria entre economias do norte e do sul, mantinha-se. No mundo, o credo neoliberal tinha cada vez mais fiéis. Este trabalho é sobre a luta contra a exploração, sobre a resistência moral e física à opressão, sobre a capacidade de responder, sobre a necessidade de pôr questões e sobre a vontade de continuar. O cenário era um ringue onde um homem e uma mulher lutavam boxe tailandês. Uma sineta assinalava o fim e o começo de cada round. Por cima de cada lado do ringue estavam ecrãs onde eram projetadas perguntas, feitas por uma espécie de árbitro. Estas perguntas poderiam estar pintadas nas paredes de Lisboa ou em cartazes de uma manifestação em qualquer cidade do mundo. Podiam também fazer parte de uma ação do teatro de agitação e propaganda nos primeiros anos da revolução soviética ou durante a malograda revolução alemã. Primeiro trabalho do ciclo, Segunda-feira punha em cena a urgência da ação e a paciência do pensamento, em tempos de autocensura, dando o tom para o projeto Sete Anos Sete Peças. Através das referências ao chamado combate do século, a partida de boxe entre Muhammad Ali e Georges Foreman, em Kinshasa, punha-se em cena outro grande combate, coletivo, de todos os séculos, contra a servidão.”
Sete Livros
Segunda-feira
Prólogo / Jorge Louraço Figueira
“Segunda-feira: atenção à direita! estreou na Alemanha em fevereiro de 2016. Em outubro de 2015, os eleitores portugueses — a maioria deles — tinham rejeitado nas urnas o programa de austeridade levado a cabo pelo governo nos quatro anos anteriores. Esta peça não celebra essa exceção, apesar da coincidência temporal. Na Europa, a assimetria entre economias do norte e do sul, mantinha-se. No mundo, o credo neoliberal tinha cada vez mais fiéis. Este trabalho é sobre a luta contra a exploração, sobre a resistência moral e física à opressão, sobre a capacidade de responder, sobre a necessidade de pôr questões e sobre a vontade de continuar. O cenário era um ringue onde um homem e uma mulher lutavam boxe tailandês. Uma sineta assinalava o fim e o começo de cada round. Por cima de cada lado do ringue estavam ecrãs onde eram projetadas perguntas, feitas por uma espécie de árbitro. Estas perguntas poderiam estar pintadas nas paredes de Lisboa ou em cartazes de uma manifestação em qualquer cidade do mundo. Podiam também fazer parte de uma ação do teatro de agitação e propaganda nos primeiros anos da revolução soviética ou durante a malograda revolução alemã. Primeiro trabalho do ciclo, Segunda-feira punha em cena a urgência da ação e a paciência do pensamento, em tempos de autocensura, dando o tom para o projeto Sete Anos Sete Peças. Através das referências ao chamado combate do século, a partida de boxe entre Muhammad Ali e Georges Foreman, em Kinshasa, punha-se em cena outro grande combate, coletivo, de todos os séculos, contra a servidão.”