Sete Livros
Quinta–feira

Quinta-feira: Abracadabra estreou no fim de novembro de 2019, em Bilbau, na sala La Fundición, no âmbito do festival Dantzaldia. A peça é feita à volta de um livro gigante, do tamanho de uma pessoa, do qual são tiradas, como o título da peça sugere, um mão cheia de palavras mágicas. Fazendo a leitura em pé, em voz alta e com o público, descobre-se o poder das palavras para mover o mundo — começando pelo mundo de cada um. Não se trata de um conto de fadas. “Lança o teu raio até à morte” seria a tradução da fórmula em hebraico abreg ad hâbra que deu origem ao popular “Abracadabra”. A expressão costuma ser inscrita num talismã, feito para usar ao peito, com o fim de afastar doenças, com a forma de pirâmide invertida. O “Abracadabra” de Quinta-feira é dito para atacar, não para defender. O propósito geral da enunciação das palavras é desfazer e refazer o mundo, demonstrando a relação verdadeira entre as coisas e as palavras, os nomes ocultos da injustiça, da desigualdade, da opressão, dos assassinatos que vitimam os nossos companheiros no dia-a-dia e na poesia, e que não podem continuar a ser calados. Em jogo está o sentido das palavras, num mundo em que os artifícios da lei e da razão, mesmo com a promessa da emancipação, são usados para contar cada passo que é dado pelo cidadão. Um dos propósitos do espetáculo é radicalizar palavras desarvoradas e dar-lhes direção. As palavras são armas. Cláudia Dias e Idoia Zabaleta distribuem-nas pela plateia. A recomendação é para que as usem com precisão. O livro da peça encontrou agora o seu gémeo de papel, que pode ser levado para todo o lado. Tal como o público é chamado para a cena a bailar, vestir a camisola e cantar, e depois de ter recuperado os sentidos das palavras é convidado a brincar com as ironias, também este volume pede ao leitor que venha para o lado de cá e faça parte do movimento, sem reservas. Motivos não faltarão. Quinta-feira: Abracadabra abriu o livro. Abra também.”

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Quinta-feira

Quinta-feira: Abracadabra estreou no fim de novembro de 2019, em Bilbau, na sala La Fundición, no âmbito do festival Dantzaldia. A peça é feita à volta de um livro gigante, do tamanho de uma pessoa, do qual são tiradas, como o título da peça sugere, um mão cheia de palavras mágicas. Fazendo a leitura em pé, em voz alta e com o público, descobre-se o poder das palavras para mover o mundo — começando pelo mundo de cada um. Não se trata de um conto de fadas. “Lança o teu raio até à morte” seria a tradução da fórmula em hebraico abreg ad hâbra que deu origem ao popular “Abracadabra”. A expressão costuma ser inscrita num talismã, feito para usar ao peito, com o fim de afastar doenças, com a forma de pirâmide invertida. O “Abracadabra” de Quinta-feira é dito para atacar, não para defender. O propósito geral da enunciação das palavras é desfazer e refazer o mundo, demonstrando a relação verdadeira entre as coisas e as palavras, os nomes ocultos da injustiça, da desigualdade, da opressão, dos assassinatos que vitimam os nossos companheiros no dia-a-dia e na poesia, e que não podem continuar a ser calados. Em jogo está o sentido das palavras, num mundo em que os artifícios da lei e da razão, mesmo com a promessa da emancipação, são usados para contar cada passo que é dado pelo cidadão. Um dos propósitos do espetáculo é radicalizar palavras desarvoradas e dar-lhes direção. As palavras são armas. Cláudia Dias e Idoia Zabaleta distribuem-nas pela plateia. A recomendação é para que as usem com precisão. O livro da peça encontrou agora o seu gémeo de papel, que pode ser levado para todo o lado. Tal como o público é chamado para a cena a bailar, vestir a camisola e cantar, e depois de ter recuperado os sentidos das palavras é convidado a brincar com as ironias, também este volume pede ao leitor que venha para o lado de cá e faça parte do movimento, sem reservas. Motivos não faltarão. Quinta-feira: Abracadabra abriu o livro. Abra também.”

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